Dá mais que chuchu na serra!
Ninguém começou a cultura do Wasabi. Ele não precisou do homem para se desenvolver. Há milênios ele dava alegremente nas montanhas nipônicas e ninguém sabia o que era exatamente aquela planta com folhas em forma de coração.
Foi no século VII que um japonês a arrancou e tentou comer. E foi este cara que percebeu que aquela não era uma planta como qualquer outra, ela tinha um gosto especial, único e muito forte. Rapidamente, os japoneses encontraram diferentes usos para ela. Eles usavam a raiz ralada para condimentar os pratos. Mas também comiam suas folhas e caules, que tem um sabor mais brando em ensopados e saladas.
Foi só no período de Muramachi (1336-1573) que o wasabi se estabeleceu como tempero e começou a ser cultivado. E foi no período de Edo (a partir de 1600) que aconteceu seu “boom”, ele começa então a ser usado no sushi e passa ser largamente consumido em todo país.
Uma planta semi aquática
Como o arroz o wasabi gosta de um meio semiaquático. Cresce em montanhas não muito altas constantemente irrigadas por água doce e pura. Como as montanhas da região de Shizuoka, localizada nas encostas do Monte Fuji. Sua raiz é relativamente curta e vária de cor, geralmente é verde mas as vezes pode ser roxa.
A Sinigrina, é ela que sobe ao nariz
Também presente em bem menor quantidade no brócoli, na couve de bruxelas e nem tão menor assim na mostarda preta, é a sinigrina que dá a sensação de picância no wasabi. Mas para isso é necessário tritura-la, rala-la até que o tecido seja rompido e ela solte seu sabor. Ao contato prolongado com o ar, o gosto se oxida e perde seu poder.
Wasabi – Modo de usar
O método tradicional requer a utilização de uma lima de madeira ou de um ralador feito com pele de tubarão.
O gesto é muito diferente do movimento para cima e para baixo usado para ralar cenoura. Deve-se fazer círculos uniformes no centro do falador, evitando deixar a raiz em ângulo. Isso é importante pois a mesma raiz é usada muitas vezes e dever ser ralada apenas para o consumo imediato.
Shizuoka – O melhor wasabi do mundo
O wasabi de Shizuoka possui textura é leve, suave, quase elástica. Dizem que ao saborear, você é surpreendido por uma amargura inicial e uma grande pungência se desenrola sem nenhuma agressividade, o que te permite sentir todos os seus aromas e notas.
Contam que ao provar este wasabi de Shizuoka voce sente o sabor total da planta e fica claro se tratar de uma planta aquática. Falam ainda que mentalmente você consegue reconstruir a imagem de onde ele foi plantado: a terra, o sol e a água fresca do Monte Fuji…eu acredito mesmo..
A conquista do mundo
Hoje o Wasabi já é produzido em mais de 10 países entre eles: Coréia do Sul, Taiwan, Nova Zelândia, Canada, Colômbia, Tailândia, Estados Unidos…
O seu sabor é usado indiscriminadamente para perfumar uma infinidade de produtos, desde da clássica ervilha (deliciosa e muito consumida no Japão), até batatas fritas, amendoins, chocolates, sorvetes, balas de goma…
Pau pra toda obra
Esqueça o sushi! O wasabi funciona bem com pratos salgados e também com doces. Abaixo segue um menu completo para você se inspirar.
Bon Appetit!
Edamame com Parmesão e Wasabi
2 xícaras de edamame cozido
2 colheres de sopa de óleo (eu usei azeite de oliva)
1/4 xícara de queijo parmesão
1/4 xícara de farinha
1/2 colher de chá de wasabi (em tubo ou em pó, se for em pó não é preciso dilui-lo)
sal + pimenta a gosto
Junte o óleo no edamame. Em uma tigela misture o queijo parmesão, a farinha, o wasabi, o sal e a pimenta. Jogue a mistura no edamame com o objetivo de formar uma casquinha.
Coloque o edamame em uma assadeira forrada com papel manteiga. Asse em forno pré aquecido 190 graus por 30 minutos, sacuda a assadeira no meio do tempo para grelhar dos dois lados. Sirva.
Atum fresco com molho de Wasabi e Gengibre
2 colheres de sopa de molho de Shoyo
4 filés de atum (2,5cm espessura, 170g cada)
2 colheres de sopa de geléia de gengibre (se não tiver faça em casa rale 200g de gengibre e leve ao forno 3 colheres de açúcar, deixe compotar)
2 colheres de chá de wasabi (em tudo ou em pó dilui-lo)
2 colheres de sopa de coentro fresco
Fontes: http://dessertgirl.blogspot.fr/, http://fr.wikipedia.org/wiki/Wasabi, http://www.lemanger.fr, ww.abeautifulmess.com, http://www.myrecipes.com